Por que o número de infartos aumentam no inverno?
- Julio Nacle
- 26 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Um corpo frio pode causar grandes problemas. Muitos brasileiros não se preocupam com a temperatura do ambiente. Se agasalhar não é a única opção para se proteger do frio – é preciso mais atenção que o habitual.
Quando a temperatura do ambiente “estaciona” em seus 14°C ou menos, ativam os receptores nervosos da pele, resultando em uma liberação de substâncias catecolaminas, contraindo os vasos sanguíneos. Com isso, a pressão sanguínea aumenta, podendo levar a ruptura de placas de gordura no interior das artérias, causando possivelmente um infarto.
O corpo tem uma luta constante para manter a temperatura interna ideal de 36,1°C. Com a baixa temperatura, respectivamente, ocorre aumento da pressão sanguínea sobre a parede dos vasos que estão com os calibres reduzidos. Além de sobrecarregar o coração, isto facilita o desprendimento de placas de gordura localizadas no interior das artérias, que podem bloquear o fluxo do sangue para o coração e para o cérebro.
Ataques cardíacos são tão súbitos e intensos que os sintomas são muitas vezes facilmente reconhecidos pelo desmaio, dor intensa e o aperto no coração. Outros infartos são fulminantes, não deixando muitas vezes chances de sobrevivência. Porém, alguns se instalam lentamente, com dor leve ou apenas algum desconforto que podem ir piorando gradativamente. Por este motivo, é preciso muito cuidado.
Durante o inverno, os índices dessa doença aumentam em 30%, principalmente quando a temperatura está abaixo dos 14 graus. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o número de infartos cresce e os de AVC, 20%. A estimativa é que a cada dez graus de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14ºC. Com as baixas temperaturas, a atenção deve ser redobrada para idosos, pessoas com índices de infartos, hipertensos e pessoas com alto nível de colesterol. Sangue mais denso e viscoso coagula mais facilmente, o que colabora também para o aumento da pressão sanguínea.
